sábado, 15 de janeiro de 2011

Clã - Teatro Municipal de Vila do Conde - 14 Jan 2011


A essência da criança transparece neste Disco Voador. Uma viagem pelo universo do imaginário onde as canções se cruzam na órbita dos Clã, alegrando miúdos e graúdos.

A partir de um desafio promovido pelo Estaleiro - Animar, a banda compôs este álbum de músicas para crianças onde se abre um espaço para convivência de gerações.

Num ímpeto de expressividade, o espírito da irreverência solta-se dos sapatos com asas, Manuela Azevedo deu inicio à viagem.

Sobre as onomatopeias que imitavam os sons dos bichos deu-se a entrada do primeiro tema que abriu o espectáculo, “Os Bichinhos do Planeta” ecoaram pela sala do Teatro Municipal de Vila do Conde.

“Amigo do Peito” uma canção que celebra a amizade relacionando-a com a linguagem dos novos média.”O meu amigo é power, o meu amigo é break (...) nem é retoque em Photoshop, é de carne e osso.” A exaltação dos miúdos fez-se sentir, pois afinal, é um retratar da amizade nos seus dias. Figuras de carácter energético sobressaíram em panéis circulares encenando o desassossego juvenil.

Contaram-se Histórias, sentiram-se as aspirações e emoções que se encarnam no espírito infantil. O amor configura-se na música “Embeiçados”, tema preferido da vocalista, diz-nos que “O amor não é cego, o Amor vê melhor”, culmina numa lista de defeitos provando que em neles também se encontra o melhor.

Uma música de ninar “Cantiga de Embalar a Minha Mãe” faz repousar os ânimos.

O cão é o melhor amigo do homem, mas nem sempre o dono é amigo do cão, é o que retrata “O Meu a Meu Dono”. Ouvem-se uivos em jeitos de poesia e o cão afirma: “Atrás da porta a vida é bela”.

O chocolate, doce preferido das crianças fazem-os sentir ché chés, adoçando o tema “Chocolatando”.

Quando nos dizem que vivemos no mundo da lua, esta afirmação faz sentido quando estamos alheios à realidade, em que o imaginário se apodera em nós, “Os que Pairam” dá o mote que se traduz na expressão.

O Capuchinho Vermelho faz parte dos contos que atravessam a nossa infância, e assim, em jeito de curta é cantado e encenado.

“Asas Delta”, as vezes apetece ter asas nos pés e voar, fazer do onírico a nossa realidade.

Manuela Azevedo em feição de despedida, diz-nos que está a ser uma actuação muito especial para ela, 14 Janeiro ficou assinalado como data de estreia deste novo disco. Entrega-se ao encore, terminando com a canção “Infra-Herói”.

Um espectáculo que se assume como um laboratório de criação onde as canções estão mais perto de Sex Pistols do que de Avô Cantigas.

0 comentários:

Postar um comentário